terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Alimentação desintoxicante

A química Conceição Trucom ao falar dos motivos que a levaram a pesquisar e escrever acerca de hábitos alimentares saudáveis e qualidade de vida aponta que não foi em função de nenhuma doença ou dor física, mas sim pela dor espiritual, pela ansiedade de compreender a sua existência e o seu papel no mundo...
Pois é...o livro Alimentação desintoxicante é muito mais do que um livro sobre como comer melhor, fala da alimentação como um meio de tornar o corpo mais leve e facilitar a evolução espiritual, além de orientar hábitos e atitudes que podem auxiliar na nossa jornada particular.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

A Estrada (McCarthy)





Um mundo sem vida...um sobrevivente e seu filho seguem pela estrada em busca de algo que eles nem sabem se existe ou não...ao longo dessa estrada alguns outros sobreviventes, mas numa situação onde a sobrevivência fala mais alto, não há lugar para a solidariedade... o medo, o egoísmo e o instinto animalesco tomam conta da maioria dos poucos seres humanos que restam.
Lendo esta narrativa de um mundo pós-apocalíptico minuciosamente detalhada, experimentei vários sentimentos desde os mais melancólicos até os mais bonitos.
Mesmo com toda essa realidade sombria, é possível encontrar numa criança nascida nesse mundo caótico características aparentemente extintas em tempos obscuros: a capacidade de amar, de sentir compaixão e gratidão e de ter esperança.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Persépolis

Recomendo a todos essa obra da iraniana Marjane Satrapi... Ela conta a sua história de vida que sempre esteve atrelada às questões políticas e religiosas de seu país, numa viagem interessante por uma cultura que o ocidente desconhece.

Talvez por esse desconhecimento, a cultura do Irã seja alvo de julgamento de valor baseado na visão limitada dos que ignoram o contexto histórico pelo qual passou o país e ainda a influência maligna dos EUA que foi determinante na disseminação do fanatismo religioso que permeia aquela região.

Além desse conteúdo político, é uma obra carregada de emoção e beleza.






ps: Adoro a forma como ela desenha =)

sábado, 2 de outubro de 2010

"O Tao da Física"

O ser humano é dotado de uma capacidade inventiva fantástica. Mas, infelizmente, muita energia é despendida em pesquisas que visem acima de tudo ao lucro e ao poder de uma minoria; nesse sistema pessoas são exploradas, plantas e animais são mortos e o planeta é conduzido à escassez de harmonia, beleza e vida. Parece-me que os humanos estão cada vez mais afastados do coração e do sentir, ao passo que supervalorizam o possuir(material) e o saber (racional).
Fritjof Capra, em "O Tao da Física", introduz o primeiro capítulo com a seguinte citação de Castañeda: "Qualquer caminho é apenas um caminho e não constitui insulto algum - para sim mesmo ou para os outros - abandoná-lo quando assim ordena o seu coração. (...) Olhe cada caminho com cuidado e atenção. Tente-o tantas vezes quanto julgar necessárias... Então, faça a si mesmo e apenas a si mesmo uma pergunta: possui esse caminho um coração? Em caso afirmativo, o caminho é bom. Caso contrário, esse caminho não possui importância alguma."

Nem as maiores empresas e nem os políticos mais influentes levam em consideração essa maneira de agir (com o coração) ao tomar decisões que  podem mudar os rumos das nossas vidas. Entretanto o maior problema de fato, é que a maioria dos seres humanos nas suas escolhas diárias também não o fazem. Por exemplo, ao decidir suas profissões as pessoas geralmente estão preocupadas em se encaixar na sociedade de modo a satisfazer às expectativas de terceiros, mesmo que aquela atividade não lhe proporcione prazer.

Logo que comecei a ler esta singular obra de Capra, pensei bastante a respeito das decisões que tomamos diariamente desde as mais simples às mais complexas, das repercussões dessas decisões na vida de todo o planeta e de como não se tem noção da interrelação entre as pessoas e as situações por mais diversas que pareçam.

Voltando a falar da obra, Capra descreve a evolução do pensamento científico com o crescente afastamento do aspecto místico associado ao domínio da lógica cartesiana, dualística e racional que até hoje influencia não só no fazer ciência mas também na educação e nas relações sociais. A Física Clássica tinha uma cárater estático, fragmentado e puramente mecanicista, ao passo que a Física Moderna trouxe conceitos como o caráter dinâmico, relativo e mutável da vida e dos fenômenos; conceitos tais que remetem a princípios norteadores de tradições orientais milenares, como o hinduísmo, budismo, taoísmo e o zen.

O Tao da Física traz uma abordagem da física trazendo também* o seu aspecto mágico e filosófico realizando o propósito do livro de traçar um paralelo entre a Física Moderna e o Misticismo Oriental.

*por mais que Capra tente ser acessível a um público de não-físicos, em alguns trechos do livro foi necessária uma explicação mais técnica e difícil de compreender.


sábado, 21 de agosto de 2010

"Meditando a Vida"

Corremos tanto, para quê? A era tecnológica exige dos seres humanos uma velocidade e uma quantidade de tarefas não naturais para seres vivos equilibrados. Acordamos para ir ao trabalho ou à faculdade como se fôssemos partir para a guerra (ex. combater nosso chefe/professor/colega, enfrentar o trânsito caótico), o café da manhã tem que ser rápido, parece que sempre estamos atrasados. Nas ruas, as pessoas mal se cumprimentam, mal se olham...mas nas ruas ouvimos buzinas e palavras agressivas.Temos que produzir e trabalhar com eficiência máxima para ganharmos mais dinheiro. Para quê? Não é difícil de concluir no que resulta tudo isso, pessoas doentes, planeta doente e infelicidade geral.

Na verdade, geralmente as pessoas não estão presentes, nem no trabalho, nem em casa, nem nas refeições, nem no trânsito, elas estão sempre "pré-ocupadas" com alguma coisa que nem aconteceu ainda e que talvez nem aconteça, ou ainda pensando nos erros que cometeu e no que não deu certo. Ou seja, sempre estão no passado ou no futuro, que é onde estão os problemas...Se pararmos para pensar só temos o hoje e o agora, e isso é precioso, precisamos apreciar a magia da vida, valorizar o que fazemos agora, amar quem está ao nosso lado e prestar atenção ao que acontece ao nosso redor, o cachorro que atravessa a praça, o menino que anda para escola, a plantinha que está crescendo no jardim de uma casa. Várias coisas estão acontecendo agora, várias histórias, várias vidas. Quanta beleza! Beleza que não se vê porque a mente está suja de pensamentos negativos e individualistas. Nos apegamos a certos valores impermanentes que associamos ao conceito de felicidade (um emprego, um companheiro(a), um carro, dinheiro), essa é a grande receita para ser infeliz, visto que essas são condições vulneráveis.  Não sei se consigo conceituar a felicidade, só sei que ela não é sinônimo de ausência de sofrimento. Todos passam por situações de sofrimento, mas aquele que é feliz consegue agir com serenidade e equilíbrio e tirar algum ensinamento e evoluir a partir da dificuldade.

A meditação foi uma forma que aprendi de me conectar com o agora e fazer uma faxina em minha mente. Para me ajudar nesse processo a leitura do livro Meditando a Vida do Lama Padma Samten foi de suma importância. Não se trata de um dispositivo de auto-ajuda cheio de clichês. É um livro introdutório para os que se interessam em conhecer, estudar ou praticar o budismo. Uma leitura leve e que faz despertar para a prática do amor e da compaixão no nosso cotidiano independente do caminho espiritual que percorremos.
Boa leitura e boa meditação!!