sábado, 21 de agosto de 2010

"Meditando a Vida"

Corremos tanto, para quê? A era tecnológica exige dos seres humanos uma velocidade e uma quantidade de tarefas não naturais para seres vivos equilibrados. Acordamos para ir ao trabalho ou à faculdade como se fôssemos partir para a guerra (ex. combater nosso chefe/professor/colega, enfrentar o trânsito caótico), o café da manhã tem que ser rápido, parece que sempre estamos atrasados. Nas ruas, as pessoas mal se cumprimentam, mal se olham...mas nas ruas ouvimos buzinas e palavras agressivas.Temos que produzir e trabalhar com eficiência máxima para ganharmos mais dinheiro. Para quê? Não é difícil de concluir no que resulta tudo isso, pessoas doentes, planeta doente e infelicidade geral.

Na verdade, geralmente as pessoas não estão presentes, nem no trabalho, nem em casa, nem nas refeições, nem no trânsito, elas estão sempre "pré-ocupadas" com alguma coisa que nem aconteceu ainda e que talvez nem aconteça, ou ainda pensando nos erros que cometeu e no que não deu certo. Ou seja, sempre estão no passado ou no futuro, que é onde estão os problemas...Se pararmos para pensar só temos o hoje e o agora, e isso é precioso, precisamos apreciar a magia da vida, valorizar o que fazemos agora, amar quem está ao nosso lado e prestar atenção ao que acontece ao nosso redor, o cachorro que atravessa a praça, o menino que anda para escola, a plantinha que está crescendo no jardim de uma casa. Várias coisas estão acontecendo agora, várias histórias, várias vidas. Quanta beleza! Beleza que não se vê porque a mente está suja de pensamentos negativos e individualistas. Nos apegamos a certos valores impermanentes que associamos ao conceito de felicidade (um emprego, um companheiro(a), um carro, dinheiro), essa é a grande receita para ser infeliz, visto que essas são condições vulneráveis.  Não sei se consigo conceituar a felicidade, só sei que ela não é sinônimo de ausência de sofrimento. Todos passam por situações de sofrimento, mas aquele que é feliz consegue agir com serenidade e equilíbrio e tirar algum ensinamento e evoluir a partir da dificuldade.

A meditação foi uma forma que aprendi de me conectar com o agora e fazer uma faxina em minha mente. Para me ajudar nesse processo a leitura do livro Meditando a Vida do Lama Padma Samten foi de suma importância. Não se trata de um dispositivo de auto-ajuda cheio de clichês. É um livro introdutório para os que se interessam em conhecer, estudar ou praticar o budismo. Uma leitura leve e que faz despertar para a prática do amor e da compaixão no nosso cotidiano independente do caminho espiritual que percorremos.
Boa leitura e boa meditação!!